“Um dos pontos mais importantes na filosofia de um treinador é que nada está ensinado até ser aprendido”

Uma análise de um comentário de Kelvin Sampson

Nunca gostei de ver separar ensino e treino, pois sempre encarei o ato de ensinar os jogadores, seja em que área for, como uma componente presente no trabalho do treinador, embora este conceito possa estar mais centrado nas etapas iniciais da formação do praticante, antecipando os momentos em que os elementos aprendidos são aperfeiçoados e “treinados” na procura de uma melhoria de rendimento.

 

Aceitando que seja interessante a discussão dos conceitos em presença e que essa análise pudesse clarificar as suas particularidades e a forma como eles se relacionam, todavia, não me parece ajustado imaginar uma situação em que exista uma separação radical destes dois conceitos.

 

Quem treina, ensina. Sempre!

 

Contudo, no treino (como no ensino), um dos maiores problemas que se colocam ao treinador é o de estar perante um cenário onde a figura de aferição deste processo é o jogador e não o programa, ou a calendarização idealizada pelo treinador.

 

Queremos dizer com isto que quando um treinador prepara o ensino de um tema e lhe reserva uma certa carga horária, ou um determinado período de tempo, e para isso escolhe determinados exercícios, os objetivos que ele procura não estarão automaticamente alcançados no final da realização desse bloco, uma vez que isso só irá suceder quando o jogador tiver alterado o seu desempenho no sentido do modelo perseguido.

 

Isto significa que o treinador tem de controlar o seu treino na base da avaliação do desempenho dos jogadores. São eles que vão definir o ritmo do progresso. É a sua execução, a sua participação nos treinos e nos jogos, que dão os sinais de que o treinador necessita para verificar se a desejada mudança está a ser conseguida e se ela se está a realizar no sentido e ao ritmo pretendido.

Comentado por Prof. Jorge Adelino
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