
“Toda a gente tem vontade de ganhar! Porém, nem todos possuem a vontade para se prepararem de forma a conseguirem ganhar.”
Uma análise de um comentário de Bobby Knight
Por vezes ouvimos os treinadores aplicarem esta ideia quando se dirigem aos seus jogadores, utilizando estas ou outras palavras. Todavia, trata-se de um conceito que se aplica a todos os intervenientes, envolvendo, por isso, também os próprios treinadores.
No caso dos jogadores é fundamental habituá-los a associar sempre à sua preparação dois elementos obrigatórios: os objetivos e o caminho para os alcançar. Qualquer um deles, sem a companhia do outro, qual irmão siamês que não o larga, praticamente não tem vida própria.
Todos os treinadores já ouviram os seus jogadores fazerem afirmações de desejo, de vontade, de ambição em querer ganhar. Normalmente isso acontece mais relativamente a um determinado adversário, ou a uma competição em particular, havendo menos esse empenho e essa vontade face à ideia de ganhar a si próprio, numa lógica de superação tão importante para quem pratica desporto.
Contudo, tal como Bobby Knight refere na frase que transcrevemos, nem todos esses jogadores estão dispostos a fazer os sacrifícios indispensáveis para alcançar aqueles objetivos. Compete ao treinador ajudá-los a fazer a ligação entre estas duas facetas do mesmo problema e levar os seus jogadores a atingirem esse estado de motivação e compromisso também na componente do treino, do esforço que fazem para atingirem as suas próprias metas.
Para o conseguir, será bom não esquecer que, nesta como em todas as matérias, o exemplo do treinador é contagiante, e se os objetivos, de treino e de competição, são necessariamente partilhados, o próprio jogador deve sentir que a seu lado, no processo volitivo de compromisso e empenho que se lhe exige, está o seu treinador, disposto e interessado, tanto quanto ele, em alcançar essas metas.
Foto: Sporting CP/Isabel Silva