“Façam os vossos jovens atletas ganhar, seja qual for o resultado.”

Uma análise de um comentário de Frank Smoll

Esta ideia é principalmente aplicada aos jogadores mais jovens, embora o princípio que a sustenta possa aplicar-se e ter utilidade noutros escalões etários.

 

A competição desportiva é um elemento essencial e definidor do conceito de desporto (pelo menos, numa visão mais conservadora deste conceito, que continuamos a perfilhar).

 

A ela está ligada a ideia de resultado, de vitória e de derrota, com as consequências emocionais e de motivação que lhe estão associadas.

 

Viver situações de sucesso é um elemento importante para a formação dos jogadores. Se a competição, com o peso emocional que a acompanha, poder contribuir para o entusiasmo da participação e para o reforço da motivação dos seus intervenientes, o caminho da aprendizagem fica facilitado.

 

As vitórias, só por si, são muitas vezes suficientes para manter ou aumentar a motivação dos jogadores. Contudo, este facto nem sempre tem por detrás os motivos que o treinador procura, sendo necessário haver, nessas circunstâncias, uma intervenção de compensação da sua parte, como para “deitar água na fervura” numa eventual euforia desajustada, apontando os aspetos em que ainda é preciso melhorar.

 

Mas a situação produzida pelas derrotas não é menos intensa, embora com sinal contrário. Torna-se, por isso, necessário, que a função do treinador siga por caminhos diferentes, nas diferentes situações com esses traços, tentando encontrar algo de positivo no desempenho coletivo e individual da equipa e dos jogadores que acabaram de perder um jogo.

 

No caso dos jogadores mais jovens a relação de importância do treino e dos jogos altera-se substancialmente, face ao que sucede nas equipas seniores, devendo os jogos ser, para os mais jovens jogadores, momentos de passagem e de avaliação transitória no percurso de preparação que estão a realizar, devendo conseguir-se que isso permita alimentar o fogo da sua paixão pelo jogo.

 

Cabe ao treinador ser o primeiro a implantar este quadro e esta atitude na vida do grupo, encontrando no comportamento dos jogadores e da equipa aspetos, por mais pequenos que sejam, em que seja possível encontrar melhorias, levando os jogadores a sentir que, apesar de um resultado em que marcaram menos pontos que o adversário, conseguiram obter algumas vitórias.

 

Esta postura não deve ser ocasional, mas corresponder a uma filosofia praticada sempre e em diferentes contextos.

 

A alegria e a tristeza, necessariamente presentes nas vitórias e derrotas, não são nem definitivas, nem irreparáveis.

 

É preciso descobrir pequenas coisas boas que não se faziam antes e que passaram a ser alcançadas, a presença de sinais de algum progresso e sobretudo, associar esses pequenos passos aos objetivos de treino que está a ser efetuado.

 

Uma melhor percentagem de lances-livres, um maior número de ressaltos defensivos ganhos, um bom movimento dos pés na defesa do jogador com bola, um tempo de passe bem aproveitado, uma decisão de drible oportuna, são aspetos que o treinador deve assinalar e valorizar, independentemente do resultado final do jogo em questão.

Comentado por Prof. Jorge Adelino
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